Modernidade Líquida
Modernidade Líquida, Comunicação Concentrada. COSTA, Caio Túlio. Revista USP, São Paulo, n.66, p. 178-197, junho/agosto 2005
No artigo, o jornalista Caio Túlio Costa, levanta a questão da forte concentração das empresas de mídia que vem se acentuando a partir da década de 1990, fazendo com que o setor deixasse de ser dominado por tradicionais grupos empresariais de caráter familiar – Maxwell, Murdoch, Marinho, no Brasil, – para ser controlado por sete grandes empresas, que além de veiculadoras de informação, através da TV, imprensa escrita, internet e outros suportes, eram também produtoras de conteúdo: Disney, Time Warner, Sony, News Corporation, Viacom,Vivendi-Universal e Bertelsmann.
“Na realidade, restam sete grandes. “O número de corporações midiáticas está se reduzindo, a tal ponto que é possível contá-las nos dedos das mãos. Se nos meados dos anos 80 do século passado essas transnacionais eram cerca de meia centena, em1993 tinham-se reduzido a 27 e no final de 2000 eram apenas sete.” (pg. 180)
No Brasil o avanço das grandes corporações internacionais foi favorecido pelas mudanças constitucionais de 2002 que permitiram a participação estrangeira no capital de empresas jornalísticas em até 30% do total. Com isso O grupo Abril vendeu 13,8% de suas ações a fundos norte-americanos de investimento administrados pela Capital International Inc. O grupo Globo virou sócio minoritário de Rupert Murdoch na Sky Brasil e vendeu 36,5% do capital votante da NET (distribuição de TV paga) para a Telmex, grupo mexicano de telecomunicações. O grupo Folha cedeu 20% de todo o seu capital para a Portugal Telecom, a PT, que era sua sócia, anteriormente, apenas na operação de Internet, o UOL. Para o jornalista, isso reforça uma realidade segundo a qual as fronteiras na mídia não são mais geográficas e tornam-se cada vez menos culturais – fruto da gradativa concentração das empresas de comunicação.
O autor também afirma que a difusão da comunicação digital