Modernidade em Marshall Berman
Modernidade: ontem, hoje e amanhã A modernidade, segundo Berman, caracteriza-se principalmente pelo ar que une a espécie humana, pois esta se encontra toda despejada num turbilhão de mudanças, de lutas e angústias. O autor traça um panorama da modernidade partindo do paradigma tipicamente moderno, a saber, o limiar entre consolidação de novas tradições e as contradições que estas engendram. Ele propõe uma divisão da modernidade em três partes: a primeira, que vai do século XVI ao XVIII, na qual as prerrogativas da sociedade moderna aparecem; a segunda que se inicia com os acontecimentos da Revolução Francesa e que vai até a sociedade da Belle Époque que se vê em meio às mudanças dos novos tempos, mas atrelada a um modo de viver e pensar ainda tradicionais e; a terceira fase que se constitui do século XX. Ao pensar a primeira “fase” do modernismo, Berman aponta Rousseau como aquele capaz de perceber a conjuntura de seu tempo e pensar como um homem moderno. As grandes mudanças a que fora sujeito na Paris de sua época fizeram dele, através de sua obra, porta-voz da agitação e da atmosfera de turbulência Em seguida, Berman faz uma leitura de Marx e afirma que este encontrou o âmago da modernidade no seu diagnóstico da sociedade burguesa. Para Marx, a burguesia não teria se dado conta de que ao manter uma classe de desfavorecidos ela estaria criando as condições para a sua própria ruína. Segundo Berman, esta aparente contradição está relacionada ao caráter paradoxal da modernidade: ela cria tradições, embora, tudo que é sólido, nela se desmancha no ar. Outro pensador levado em conta por Berman é Nietzsche que vê na modernidade a ruína dos valores e se depara com uma sociedade descrente, mas que ao mesmo tempo está diante de uma abundância de possibilidades. Para Nietzsche tanto quanto para Marx, a modernidade se manifesta pela afirmação e negação de si mesma, pela sua autodescoberta e