Resenha tudo que é sólido desmancha no ar
Introdução – Modernidade—ontem, hoje e amanhã.
Marshall Berman tenta fazer em sua obra “Tudo que é sólido desmancha no ar” uma discussão sobre a modernidade partindo da crítica literária, principalmente a partir de Goethe, Marx, Nietzsche e Dostoievski, que vão ser pensados enquanto expoentes da modernidade.
Berman faz a introdução de sua obra de forma emblemática: Modernidade — ontem, hoje e amanhã, onde vai discutir o conceito de modernidade. Ele tenta entender como os intelectuais do século XIX pensaram sobre o seu tempo, mas pensa também a atualidade desses discursos acerca da modernidade. O autor percebe uma fecundidade muito grande no século XIX, assim como percebe o século XX, em certo sentido, como um século extremamente infértil no que se refere a essas discussões. Berman dialoga com os pós-modernos, mas é da posição de que a pós-modernidade não acrescenta muito. Para Berman, um dos poucos autores que teria uma contribuição relevante nesse século de infertilidade seria Michel Foucault.
A discussão na introdução da obra seria sobre o que esses autores intelectuais do século XIX teriam a nos dizer não só sobre o seu tempo, mas também sobre a nossa modernidade, sendo pensada por vezes de forma extremamente pessimista. Então o autor vai pensar o século XIX como um século de imensa fecundidade e o século XX, de maneira geral, mas principalmente na sua segunda metade, como um século de esterilidade. A partir desses dois momentos ele volta aos autores do XIX, como forma de pensar, não só a modernidade deles, mas também a nossa.
Essa retomada dos autores clássicos é feita justamente porque esses autores (principalmente Marx, muito citado na Introdução), procuram analisar as contradições dessa modernidade; análise que, para o autor, seria muito insipiente no século XX. Ele tenta pensar esses autores clássicos retornando ao “ontem”,