Modelo Japonês: Força e fragilidade
HELENA HIRATA E PHILIPE ZARIFIAN
O modelo japonês de organização e de relações industriais se tornou uma referência aos países ocidentais, pois são fáceis de entender: a produtividade japonesa surpreende, sua competitividade preocupa, seu grau de eficiência intriga. O termo “competência tecnológica” é muito mais adequado para explicá-la, pois é um conjunto de conhecimentos, comportamentos e práticas sociais que asseguram o desenvolvimento concreto das ciências e das técnicas na parte principal dos processos industriais e seu desenvolvimento refere-se a todas as categorias de assalariados.
A trajetória adotada pelo Japão em inovações que, partindo de técnicas já existentes, permitem a força de constantes melhorias, alcançar performances superiores às dos concorrentes. É necessário admitir a inteligência de ter percebido uma estreita combinação entre tecnologia e desempenho: não basta criar técnicas, é preciso saber utilizá-las da melhor maneira nos processos concretos. Os japoneses começaram a entender as tecnologias dos países europeus de industrialização mais avançadas, mas não se limitaram a isso e estabeleceram um rigoroso processo de seleção e readequação dessas tecnologias, aperfeiçoando seu uso. Assim, os princípios do just in time são maneiras de colocar novos critérios de performance, que só podem ser alcançados graças a uma qualidade inédita de organização e de comprometimento dos trabalhadores.
Partindo da estratégia de inovações diferenciais, as indústrias japonesas investiram em inovações radicais, gerando uma renovação na qualidade das técnicas e dos processos de produção nos diferentes setores. Tendo aprendido a dominar e aperfeiçoar as técnicas existentes, as indústrias japonesas acumularam um conjunto de conhecimento e de práticas sociais orientadas para a inovação. O ponto fundamental dessa organização é o caráter legítimo e valorizado da transferência dos conhecimentos.
O sistema de emprego vitalício