Modelo Japonês - Racionalização Industrial
Texto: HIRATA, H. & ZARIFIAN, P. (1991) Força e Fragilidade do modelo japonês. Revista Estudos Avançados, 12(5), 1991, PP. 173-185.
O autor começa seu texto tratando o estilo de organização e relações industriais do modelo japonês. Este, que tem por finalidade entusiasmar os meios patronais dos países ocidentais por sua produtividade, competitividade e grau de eficiência de produção. Os japoneses começaram sua industrialização a partir da assimilação de tecnologias existentes nos países europeus de industrialização avançada, mas não se limitaram a simples imitação e estabeleceram um rigoroso processo de seleção e de reapropriação dessas tecnologias. Eles criaram novos critérios de desempenho industrial e depois o impuseram ao Ocidente. Esses novos critérios foram importantes pois a indústria japonesa só poderia concorrer com o Ocidente comportando-se de forma diferente, já que tinha raros recursos e um mercado limitado. Com isso, explica-se o fato desse rigoroso processo de aperfeiçoamento existente dentro do modelo. Discute as características da sociedade japonesa que permitem que seus métodos funcionem. A primeira característica seria o emprego vitalício dos trabalhadores do sexo masculino, que faz que os trabalhadores não vejam a inovação como um risco de perda de emprego, e permitindo que o trabalhador gerencie, a longo prazo, sua carreira. A segunda característica é o reconhecimento do trabalho coletivo, a polivalência, que facilita a socialização e a transferência de conhecimentos. A terceira característica é a relação dos trabalhadores com a inovação, que é vista como um processo contínuo, não acabado, permitindo assim uma criação contínua de conhecimento a partir da participação de todos os níveis hierárquicos. Mas o autor procura discutir os problemas causados pelo sistema japonês, que parece tão perfeito e humano. O primeiro ponto