Modelo japones
O cerne do processo de desenvolvimento japonês desde a década de 1950 é o projeto nacionalista do Estado desenvolvimentista, implementado pela burocracia estatal em nome da nação.
Os burocratas do Estado têm orientado e coordenado as empresas japonesas, organizadas em redes, ajudando-as com políticas de comércio, tecnologia e crédito para competir com sucesso na economia mundial.
O superávit comercial foi transformado em superávit financeiro e, aliado à alta taxa de poupança interna, permitiu uma expansão não-inflacionária, possibilitando, ao mesmo tempo, altas taxas de investimento, aumento rápido dos salários reais e a melhora dos padrões de vida.
O Japão conseguiu combinar crescimento com redistribuição, elevar os salários reais de forma substancial e reduzir a desigualdade de renda a um dos níveis mais baixos do mundo.
Índices elevados de investimento em P&D e enfoque em indústria avançada capacitaram o Japão a assumir uma posição de liderança nos setores de tecnologia da informação em uma época em que seus produtos e processos se tomaram essenciais na economia global.
Esse desempenho econômico contou com estabilidade social e alta produtividade da força de trabalho, por meio da cooperação entre a gerência e os trabalhadores, possibilitada pela estabilidade no emprego e pela promoção da força de trabalho permanente com base no tempo de serviço.
A estabilidade social baseava-se em três fatores principais:
• comprometimento do povo para reconstruir o Japão;
• acesso ao consumo e grande melhoria dos padrões de vida;
• família patriarcal forte e estável que reproduzia os valores tradicionais, induzia à ética do trabalho e proporcionava segurança pessoal a seus membros, à custa da manutenção da submissão feminina.
Os