Modelo compensatório

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O modelo compensatório: a teoria da carência cultural, importada dos Estados Unidos em meados das décadas de 1960 e 1970, influenciou diretamente a Psicologia Educacional brasileira. Este conjunto de ideias afirma que as crianças de segmentos sociais pobres em recursos financeiros não possuem as mesmas aptidões para o aprendizado que as de classes privilegiadas e, portanto, precisam aprender com recursos diferentes dos oferecidos aos outros. Os ambientes em que vivem geram deficiências nutricionais, perceptivo-motoras, cognitivas, emocionais e de linguagem e ainda são vítimas da desestruturação familiar incapaz de fornecer uma base segura para a vida da criança. Nesta época, o Brasil realizou diversos Programas de Educação Compensatória, embora a prática do psicólogo educacional, ideologicamente, continuasse a mesma, realizando testes a fim de detectar as deficiências e incapacidades dos carentes. Sua função volta a ser técnica, individualizante (por não considerar todo o cenário educativo escolar, mas apenas um de seus componentes).
A atual proposta da politica educacional brasileira em relação as crianças de 0 a 6 anos, encara e defende a educação pré-escolar como compensatória, atribuindo-lhe verdadeira função terapêutica para as “carências culturais” das crianças provenientes das classes sociais dominadas. Assim compreendida, a educação compensatória deveria corrigir as supostas defasagens que provocariam o fracasso das crianças. Por esse motivo, o discurso da privação cultural encontra-se presente, também, nas justificativas oficiais quanto à falência da escola do 1º Grau: a evasão e a repetência são explicadas como resultado da “falta de cultura” e de hábitos das crianças, ou seja, elas são culpabilizadas pelo fracasso.
É importante ressaltar que a abordagem da privação cultural postula a existência de uma relação direta entre o desenvolvimento da criança e sua origem sócio econômica. Assim, as causas de variação no desempenho escolar, se encontrariam na

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