Autocuidado em situações de dependencia
Dorothea Orem é uma teórica de enfermagem muito conceituada a nível mundial, por ter desenvolvido no final dos anos 50 o Modelo de Enfermagem do Autocuidado, também denominado por Teoria Geral do Autocuidado. O Modelo emergiu do objectivo de Orem em alcançar uma melhoria nos cuidados de enfermagem, servindo-se para tal, da sua basta experiencia acumulada ao longo do seu extenso percurso profissional. (Cunha, et al, 2005; Rueda, 1999)
O Modelo de Enfermagem do Autocuidado é um modelo complexo e pormenorizado, cujo foco principal é o “auto-cuidado”, sendo constituído por três teorias interrelacionadas: Teoria do Autocuidado, Teoria do Défice do Autocuidado e Teoria dos
Sistemas de Enfermagem (Cunha, et al, 2005; Rueda, 1999; Taylor, 2002).
A Teoria do Autocuidado, de acordo com Taylor (2002) e Foster e Janssens (1993) é o fundamento das restantes teorias, engloba o conceito de autocuidado, a actividade de autocuidado, a exigência terapêutica de autocuidado, bem como os requisitos para o autocuidado.
Foster e Janssens (1993) definem autocuidado como a “prática de actividades, iniciadas e executadas pelos indivíduos, em seu próprio benefício, para a manutenção da vida, da saúde e do seu bem-estar.”. O autocuidado é assim, todo o cuidado que a pessoa presta a si mesma, para controlar os factores intrínsecos ou extrínsecos, que podem comprometer a sua vida, a sua integridade estrutural, o estado de saúde e bem-estar e a continuidade do seu funcionamento e desenvolvimento humano. (Rueda, 1999; Foster e Janssens, 1993).
A capacidade de autocuidado não é inata, é apreendida ao longo da vida, nas relações interpessoais, durante o processo de crescimento e desenvolvimento, através interacções e comunicação. Por esta razão, o autocuidado não está presente nas crianças, uma vez que ainda não o adquiriram, nem nas pessoas em situação de dependência, que temporária ou permanentemente perderam as suas
capacidades