Mobilidade social
Por Emerson Santiago |
Sociedades sem classes sociais, de acordo com uma definição do educador Paulo Freire é “uma sociedade em que nenhum homem, nenhuma mulher, nenhum grupo de pessoas, nenhuma classe explora a força de trabalho dos outros. É a sociedade em que não há privilégios para os que trabalham com a caneta e só obrigações para os que trabalham com as mãos, nas roças e nas fábricas. Todos são trabalhadores a serviço do bem de todos.”
Desde tempos remotos, quando o homem começou a abandonar o nomadismo, abraçando a agricultura e compondo as primeiras cidades, iniciou-se as questões de poder, o estabelecimento de classes e a desigualdade social que perdura até os dias de hoje. As várias classes sociais, que reúnem segmentos da população, foram se formando aos poucos, com a divisão do trabalho e o ganho de cada trabalhador. Frequentemente, estamos nos referindo às classes pobres ou às ricas da sociedade. Em geral, os pobres têm o estritamente necessário para a sobrevivência. Os ricos, das classes médias e altas, gozam de uma situação bem melhor quanto à moradia, atividades mais intelectuais que braçais e os salários maiores. Constitui-se em um problema, claro para todos a ainda não resolvido, saber que há classes extremamente pobres, com pessoas vivendo na miséria, enquanto outras usufruem um bem-estar de alto nível, proporcionando-lhes o supérfluo.
Na teoria de Marx, este aponta um momento, bem no início das sociedades agrícolas em que houve um estado de plena cooperação, o chamado “comunismo primitivo”, que se aproxima bastante da definição extraída de Freire. Em geral, a despeito da teoria marxista, acredita-se que em toda a história da humanidade ainda não se produziu a sociedade igualitária que tenha abolido as classes sociais. Os humanos ainda estão longe de serem iguais, e a distinção de classe ainda é um fator predominante da sociedade. Os sistemas de classes sociais dividem as pessoas, o que resulta em inveja, ódio, angústia e