Missão espiritual
Há tempos tem-me martelado na cabeça uma coisa que ouço muito das entidades. Assim que comecei na Umbanda, e isso faz certo tempo (nem sob tortura digo há quanto tempo!), as entidades me diziam: "meu filho, você tem uma missão a cumprir". E com o passar dos anos, ao observar as consultas, o convívio com as entidades, notei que essa palavra "missão" é algo que permeia o nosso universo religioso.
Não sei se para todos, mas a palavra "missão" cai sob meus ombros de forma tão pesada...não sei ao certo a etimologia da palavra, mas me lembra messianato, messias... algo tão grandioso e profundo, que não está muito de acordo com a evolução espiritual na qual me encontro.
Vejo a mediunidade como instrumento de aperfeiçoamento, de compromisso espiritual, responsabilidade cármica para diminuir o débito que ainda possuo com as leis do Universo. Mas "missão" para mim seria o holocausto, dar a sua vida em prol dos outros, ter a mediunidade como forma de pureza de espírito, e não como resgate ou prova. Jesus tinha missão (ou era a própria encarnada!), Gandhi, Bezerra de Menezes, Zélio de Moraes, Madre Teresa, Chico Xavier. Talvez seja por isso que coço a cabeça e me arrumo no banquinho toda vez que um preto velho assim fala...
Mas a beleza da espiritualidade está em alcançarmos seus ensinamentos. Temos por hábito tentar adaptar as suas palavras aos nosso pensamentos, o que é errado. O contrário é que se deve fazer, desconstruindo um pensamento nosso e construi-lo na base da espiritualidade.
Sendo assim, a "missão" na qual acredito que o "povo de aruanda" se refira, seja a missão da mudança do SEU mundo, através da prática mediúnica. Ela continua