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55437 palavras
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INTRODUÇÃO Terminada a licenciatura em Serviço Social, a minha prática profissional ficou, desde logo, vinculada ao sistema público de protecção social (Segurança Social). Coincidindo a data de fim de curso com a implementação dos projectos-piloto (1996) ou fase experimental do Rendimento Mínimo Garantido, iniciei funções nesta área, incluindo a restante acção social. Recordo anos de aprendizagem e trabalho árduo mas, ao mesmo tempo, muito animado pela esperança que as letras da Lei nº 19-A/96 de 29 de Junho auguravam. Inserção passou a ser a palavra de ordem no dia-a-dia, acreditando-se fortemente na sua duradoura e efectiva concretização. Os anos foram passando e com eles nasceram muitas inquietações e interrogações profissionais e, até, pessoais. Estas relacionadas com a vida profissional dos beneficiários da medida de política social Rendimento Mínimo Garantido, actual Rendimento Social de Inserção. Daqui decorre a escolha do tema “Contributo para o estudo sociológico dos percursos de inserção profissional dos beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido/Rendimento Social de Inserção, em idade activa1 – 18-55 anos – Estudo comparativo entre meio urbano e rural”. O estudo realizado pretende contribuir para uma melhor compreensão acerca dos factores sociologicamente relevantes que possam influenciar os percursos profissionais dos beneficiários da medida Rendimento Mínimo Garantido/Rendimento Social de Inserção, abrindo caminho para uma reflexão. Acreditamos que a análise comprovada desses mesmos factores possa aportar um valioso contributo na percepção dos constrangimentos inerentes ao complexo processo de integração profissional dos beneficiários. Poderá, de igual modo, enriquecer o desempenho profissional, em especial, no apoio à construção de programas de inserção mais adequados. A pertinência deste estudo, a meu ver, justifica-se pela importância que a medida em análise assume num país com fraco nível médio de rendimento (no contexto europeu), a que se