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Contexto histórico
A I Guerra Mundial modificou completamente a relação de forças internacionais: a destruição, a devastação e a crise generalizada afetaram as estruturas sociais, económicas e produtivas dos países mais desenvolvidos. Foi, portanto, necessária uma recuperação e reconstrução das cidades que foram o palco da guerra (Alemanha, França…). Os Estados Unidos acentuam então o seu crescimento económico, ocupando progressivamente a posição de hegemonia no mundo, efeitos que se fizeram sentir na ascensão da classe média, no aumento do consumo e num clima de bem-estar que se estendeu na sociedade americana.
Num cenário em que a vida e a ficção se inspiram mutuamente, num período chamado “loucos anos 20”, em que as invenções, a velocidade, e as comunicações contagiam a vida moderna, a nova euforia quotidiana chega á Europa fazendo esquecer as amarguras da guerra.
Porém, a revolução de Bolchevique (25 de outubro de 1917), seguida da criação da URSS, em 1922, constituiu um momento histórico de extraordinário impacto mundial. O modelo da revolução proletária preconizada por Karl Marx laçou os fundamentos do primeiro Estado socialista que passou a exercer profunda influência no cenário internacional, transformando a Rússia numa importante potência mundial, rivalizando com os Estados Unidos.
Instaurou-se na Europa, um novo clima de instabilidade política e social, pois depressa a humilhação imposta á Alemanha nos tratados do pós-guerra fez emergir uma “vontade nacional” que culminou na fundação do Partido Nacional Socialista (embrião da doutrina nazi) em 1919, uma tendência que influenciou a criação do Partido Nacional Fascista na Itália, em 1921. Numa europa economicamente debilitada, a Guerra Civil em Espanha foi mais um contributo para a deflagração de um dos conflitos mais mortíferos, trágicos e devastadores: a II Guerra Mundial (1939-1945). Apelando a criação de uma “nova ordem” baseada nos princípios nazis da superioridade