Minha Infancia
Do lado paterno, a referência era a determinação de uma jovem que substitui o tempo de completar seus estudos de 1º Grau – 8ª série, para se dedicar a família e ao trabalho doméstico. Do lado materno, a referência era a persistência, resistência e seriedade do jovem que consegue alcançar o nível profissionalizante do ensino com muito esforço. Ter nascido dessa união tem um significado muito especial, que não pode ser traduzido por qualquer tentativa de racionalização sobre a minha história de vida. Contudo, a simples tentativa fortalece o sentimento de que o tempo passa, as pessoas mudam, mas as experiências que vão sendo vividas ao longo da vida, compõem a nossa própria essência, condicionam e provocam os nossos sonhos, são referências para as nossas perspectivas.
Pensando nessa história de vida a sensação é de que não deixei de ser ainda a criança que adorava brincar no sítio, jogar queimada, jogar taco, volei com meus primos, que andava de mãos dadas com o meu irmão, que se aventurava nos becos, escadarias e árvores, mesmo com medo de se perder, de cair. Com uma infância marcada de uma alegria muito grande de conviver com pessoas de diferentes cores, idades, foi possível desenvolver o gosto por sonhar , produzindo novos sentidos para a vida, indo além do que as condições concretas de existência naquela época favoreciam.
Desde pequena tive muito contato com crianças, no sítio onde morávamos havia muitas crianças. Quando interagíamos, era divertido, prazeroso e encantador, realmente era só alegria.
Vivi realmente minha infância, pude aflorar a imaginação, descobrir o mundo dos contos de fada, ter o contato com a natureza, brincar, correr, gritar, chorar, nadar, compartilhar, aprender novos conhecimentos, ter muitos amigos, ir a escola e principalmente receber a atenção e compreensão constante de meus pais.
Fui sempre muito