migração e violação
Quando os arquitetos projetam obras com formas complexas e desenvolvem inovações técnicas, nenhuma atenção é dada às condições de trabalho em canteiro. Quando são planejadas as fases da obra, apenas a organização física do canteiro é estudada, como acesso e estoque de materiais, o posicionamento de edificações de apoio, localização de gruas, paginação de formas etc. As inovações técnicas, para os arquitetos, estão dissociadas de quaisquer inovações para reduzir o sofrimento e a dificuldade do trabalho na obra. A montagem de peças em canteiro é um trabalho que envolve diversas dificuldades. O auxílio de máquinas como a de rastreamento a laser, ao contrário do que parece, é um complicador adicional, devido à precisão milimétrica requisitada. Com ferramentas modernas como trenas e rastreamento a laser, o trabalhador da obra se vê num sistema de linha de produção, onde ele não tem espaço para criação ou interpretação. Assim, ele perde sua autonomia e seus conhecimentos perdem o valor. Tendo, assim, que somente seguir os comandos da máquina.
“os trabalhadores não podem confiar na sua experiência e intuição para acertarem, pois devem obedecer apenas ao comando da máquina. Cada peça encaixa em um espaço reticulado imaginário, ditado pelas coordenadas do software. Nenhum único erro é permitido, sob pena das demais peças não encaixarem ao final.” – How to make a Frank Gehry Building Num sistema de construção tradicional, como alvenaria, pequenos erros de até alguns centímetros são facilmente corrigidos em etapas posteriores. Por exemplo: no assentamento das fiadas, pequenos erros de alinhamento são facilmente corrigidos nas próximas etapas, como chapiscamento e reboco. Já numa edificação de complexidade a nível de Frank Gehry, um erro milimétrico pode, posteriormente, gerar uma deformação na estrutura de amplitudes métricas ou, até mesmo, fazer com que outras peças tenham que ser substituídas por não mais se encaixarem. Dada a precisão dos