midia e comunicaçao
lado esquerdo do corpo. Sua comunicação era quase inexistente, poucos resmungos sem
qualquer direcionamento. Apesar da insistência da fisioterapeuta - chefe desse setor do
hospital - não permitiram atuação da equipe de fisioterapia durante a internação.
Como não fora localizada família ou amigos, o senhor foi enviado para uma casa de
idosos.
Lá, apesar do tratamento educado e generoso dos funcionários e demais
colaboradores, não havia profissionais da saúde disponíveis, a não ser um médico que por lá
passava a cada semana.
Ao lado dessa Casa de Repouso, havia uma faculdade. Um grupo de alunos do Curso
de Fisioterapia decidiu – sob a supervisão do Coordenador do Curso – prestar serviços
voluntários às pessoas internadas no Asilo. Convidaram, para tanto, quatro fisioterapeutas
profissionais para sempre acompanhá-los. Assim foi feito.
Conhecendo o histórico do senhor ali internado, os fisioterapeutas e os estudantes
iniciaram tratamento com ele. O tempo foi passando e o senhor foi melhorando, de modo que
conseguia exprimir por gestos tímidos e resmungos alguns desejos como: "segure minha
mão", "vamos ali", "não".
Os profissionais e os estudantes estavam muito felizes. Porém, o parecer médico não
confirmava se realmente o senhor tinha consciência do que fazia.
Um dos fisioterapeutas, então, ousou. Iniciou, sem conhecimento dos demais, um
tratamento inovador e sem eficácia comprovada com o idoso. O profissional vinha até o asilo
em horários diferentes dos demais colegas. Com a equipe, aos poucos, deixou de vir,
alegando outros compromissos.
A equipe, após quarenta dias, começou a perceber diferenças de comportamento no
senhor que era atendido: seus movimentos estavam melhores, passou a dormir melhor,
porém, demonstrava medo quando iniciavam o trabalho, sua expressão verbal foi reduzida e
estava mais acanhado.