Microfisica do poder
Se olharmos para o capitalismo e suas relações de mercado, podemos ser tentados a concluir que a medicina moderna é individual, isto é, centrada no indivíduo e na relação médico-paciente. Mas Foucault demonstra justamente o contrário. A medicina moderna é social, ou seja, coletiva, e sua origem pode ser dividida em três vertentes: medicina de estado, na Alemanha; medicina urbana, na França; e, medicina da força de trabalho, na Inglaterra. Vale ressaltar que essas três vertentes nasceram com as necessidades e os recursos da época e local.
O mesmo podemos afirmar do nascimento do hospital moderno, que começou com hospitais marítimos e militares, na época utilizados para burlar o controle econômico da alfândega, surgindo, assim, a primeira regulamentação sobre as inspeções dos cofres. Além disso, o soldado ficara mais caro devido à sua formação, necessitando, então, de uma transformação da finalidade do hospital, que na época não era a de produzir cura. E isso é um fato surpreendente, pois quando olhamos para os hospitais atualmente é difícil imaginar um hospital que não tenha este objetivo e não tenha médicos!
Não copie esta resenha para seu trabalho. Nos textos fica evidente também que a medicina foi e é utilizada como um instrumento de controle social, uma estratégia biopolítica a fim de diminuir tensões e manter o status quo. Um exemplo disso ocorreu na Inglaterra no segundo terço do século XIX, quando o pobre se tornou um perigo por razões políticas e por causa da cólera, além do fato de seus serviços terem se tornados dispensáveis. Um marco para a época foi a Lei dos pobres que continha a legislação médica, onde aparecia a ideia de uma assistência controlada, de uma intervenção médica capaz de ajudar a população e proteger as classes mais ricas das epidemias originadas dos pobres. A partir daí surgem ações como vacinação obrigatória.
Olhando para o caminho percorrido até aqui pela