Microfísica do Poder
Ao delinear concisamente sobre o seu trabalho desenvolvido que trata a loucura na Idade Clássica ao estudo da criminalidade e da delinquência, Michel Foucault, relata ter realizado seus estudos por volta dos anos de 1950 e 1955, onde um dos problemas que se colocava em questão era o do estatuto político da ciência e as funções ideológicas que podia se propagar. Para compreender o contexto da História da Loucura, Foucault questiona qual é a possível relação entre a física teórica ou a química orgânica com as estruturas políticas econômicas da sociedade tornando-se, assim, um problema muito complicado.
Em meio a tantas discussões há duas palavras que são colocadas para restringir o que está em questão: o poder e o saber. Ao colocar a psiquiatria como uma ciência que “não inspira confiança”, ficaria inviável assimilar o enlaço existente entre o saber e o poder. No que se refere ao Nascimento da Clínica a mesma questão foi colocada em relação à medicina, mesmo possuindo uma estrutura mais sólida que a psiquiatria, não é possível desconsiderar o seu enraizamento profundo nas estruturas sociais. Michel Foucault deixa claro que a falta de interesse por parte daqueles que era colocada a questão em debate, o deixou em absoluto desconcerto. Os mesmos acabaram por considerar um problema politicamente sem crédito algum e, ainda, epistemologicamente sem nobreza.
Ao considerar-se anti-estruturalista, Foucault admite que o estruturalismo coloca-se como um esforço sistemático para eliminar a etnologia e, inclusive, outras ciências. É importante salientar que não se deve fazer com o acontecimento o que se fez com relação à estrutura, ou seja, não se devem colocar tudo em um único plano. É importante considerar que existe uma escala de acontecimentos diferentes, que não possuem um mesmo alcance ou até mesmo uma amplitude cronológica e, com isso, não possuem a mesma