Michael Fordham
Michael Fordham (1905–1995), é um autor muito importante no desenvolvimento e contribuiu para Psicologia Analítica. O seu trabalho vem da observação objetiva da relação mãe – bebê e também de trabalhos com pacientes adultos. Ele propõe um arquétipo central de ordem. E a centralidade desse arquétipo indica que ele estabeleceria algum sistema da estruturação arquetípica. Isto é, uma série de partes sujeitas a uma ordenação arquetípica uniforme e sequente. O arquétipo central de ordem postula como parte do sistema do Self. Fordham desenvolve uma teoria para explicar esse processo de ordenação, que leva a origem do ego. Para o autor o Self está na base de toda estrutura arquetípica. Postula o Self como um dado primário, sendo que o Self primário existe antes do nascimento e contém todos os potenciais psicofisiológicos. O bebê tem predisposições em direção ao meio ambiente e meios de perceber o meio ambiente, de atuar sobre o ambiente e de reagir. Essas predisposições estão contidas no Self primário, que Fordham também denomina de Self originário. Isso contraria a idéia de Erich Neumann (1905-1960), de que a mãe carrega o Self da criança. Para Neumann a mãe reflete ou atua como “espelho” do Self do filho, já que a criança não pode experimentar as características do Self adulto. Assim, as primeiras experiências conscientes do Self derivam de percepções da mãe e interações com ela. De acordo com Fordham (2002) no início a criança cria a mãe a luz de suas necessidades. O bebê é visto como separado da mãe desde o nascimento, está ligado à mãe, mas é distinto a ela. E a principal função da mãe é conter o bebê, protegê-lo e promover matéria prima para o seu desenvolvimento. Para Fordham o bebê também tem suas tarefas, como de estabelecer relação com a mãe. Ele tem capcidade de percepção desde cedo, dessa maneira, o bebê é visto como ativo. Em uma relação de bebê com uma mãe muito deprimida, demostrava-se um grande esforço para o bebê chamar a