Miastenia Gravis
Epidemiologia
A MG é uma doença rara com a prevalência de 0,5 a 5 casos em 100 000 habitantes e uma incidência de 0,4 casos em 100 000. No Brasil, há provavelmente 15 500 pessoas afetadas pela doença. Esta pode ocorrer em qualquer faixa etária, porém a incidência é maior aos 26 anos nas mulheres, e aos
31 anos nos homens. Além do exposto, os estudos demonstram que as mulheres sãomais acometidas do que os homens até a quarta década.
É possível, em pacientes com MG adquirida, detectar no sangue periférico anticorpos anti-receptor de acetilcolina (anti-AChR), anticorpos moduladores e bloqueadores, sendo os mais altos títulos nas mulheres que desenvolvem os sinais da doença entre os 20 e 30 anos, na forma generalizada.
Nos pacientes, em geral do sexo masculino, com início da doença após os 40 anos, nos quais além dos títulos elevados de anti-AChR encontram-se altos títulos de anticorpos anti músculo estriado, há grande probabilidade da miastenia estar associada a um timoma,ainda esta que possa existir sem ele.
Fisiopatologia
Um aspecto curioso da história da miastenia grave é a transmissão neuromuscular.
Ainda em 1904, Elliot apud Cunha et al. sugeriu que os nervos motores terminais poderiam mediar contrações de fibras musculares. Após 30 anos, pesquisadores demonstraram a relação da acetilcolina (ACh) com a contratilidade do músculo cardíaco. Nessa mesma época, ocorreram indícios demonstrando a liberação da
ACh nos nervos motores terminais e sua ação limitada pela acetilcolinesterase.
Todos concluíram que a fraqueza miastênica era decorrente de disfunção na placa motora terminal.
Os distúrbios da transmissão neuromuscular constituem um grupo heterogêneo de doenças que podem ser congênitas, auto-imunes ou tóxicas. Na MG, o mais comum é um distúrbio auto-imune, em que há um defeito pós-sináptico na transmissão neuromuscular por auto-anticorpos que bloqueiam os receptores causando a