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Fundamentos da Administração Pública. Professor Adílio Miranda.
Resenha: OLIVEIRA, R.F.; OLIVEIRA,V.C.S.; SANTOS, A.C. Beneficiários ou reféns? O patrimonialismo na perspectiva dos cidadãos de Poço Fundo, Minas Gerais.
No artigo, Beneficiários ou reféns? O patrimonialismo na perspectiva dos cidadãos de
Poço Fundo, Minas Gerais, os autores buscam através de uma investigação qualitativa e exploratória identificar o patrimonialismo presente na gestão pública da cidade e refletir se este modelo de gestão mais beneficia ou prejudica a população.
Segundo Weber (1999) citado pelos autores, o patrimonialismo “desperta relações de reciprocidade, baseadas não na lei, mas no costume”. É a troca de favores pessoais no cenário da gestão pública, que beneficia um indivíduo ou lhe dá privilégios para que esse se sobressaia frente ao coletivo. No município estudado, dois grupos político-partidários dividem a população através da prática do clientelismo e do personalismo fazendo com que cada grupo se torne dependente dos favores políticos de quem se encontra no poder. Autodenominados
“jacaré” e “piranha”, uma pequena parte da população sabe informar o partido oficial dos grupos, mostrando como a tradição e os costumes estão enraizados no dia-a-dia político da cidade. O serviço público local é todo gerido de forma arbitrária, seja na área da saúde, de transporte, na geração de empregos, a política é exercida priorizando os cidadãos que estão acordados com o partido eleito e desmerecendo os cidadãos que são da oposição. Na saúde, por exemplo, a oposição é discriminada nos postos de saúde e na distribuição de remédios.
Em todos os casos relatados a própria população busca nesta prática o benefício pessoal, usando seu poder de voto como escambo. Como, por exemplo, no primeiro caso estudado, a cidadã usa de manipulação, como forma de estratégia, para conseguir exames e consultas, sem que para isso precise passar