Metodologias do ensino de teatro através de jogos
- POR - Sara F. Matrigrani
A proposta metodológica de Viola Spolin para a atividade teatral numa perspectiva ludopedagógica – o sistema de jogos teatrais - [18] tem sido exaustivamente estudada por pesquisadores da dimensão educativa do Teatro, no Brasil, desde final dos anos setenta. [19]
Os jogos teatrais - do modo como vem sendo aplicados na escolarização brasileira, hoje – acrescentam, aos quatro operadores que estruturam o sistema de Spolin (foco, instrução, platéia e avaliação), três novos procedimentos: (1) o círculo de discussão – importado da pedagogia do oprimido de Paulo Freire; (2) a noção de área de jogo – construída sobre as idéias do Teatro invisível de Boal; e (3) os protocolos de sessão – que têm sua base na teoria da peça didática de Brecht e na prática terapêutica psicodramática de Moreno.[20]
Além disso, a proposta metodológica para a atividade teatral na escolarização da qual se fala aqui costuma ser emoldurada pela seguinte “rotina” ou ritual: (1) círculo inicial de discussão – quando o protocolo da sessão anterior é apresentado e define-se o jogador que se responsabilizará pela redação do protocolo daquela sessão; (2) proposição e delimitação da área de jogo; (3) divisão do grupo em equipes; (4) apresentação de propostas para a atividade teatral emolduradas pelo sistema de Spolin; (5) avaliação logo após a apresentação de uma equipe na área de jogo; (6) circulo de discussão para o encerramento dos trabalhos do dia.
Alguns ajustes nesta “rotina” são necessários para que a proposta possa ser implementada, por exemplo, junto a pré-escolares: (1) ao término de uma sessão as crianças fazem desenhos da atividade teatral do dia e (2) os protocolos de sessão necessitam ser orais - e, sempre que possível, apoiados no vídeo-registro, fotos e/ou desenhos elaborados na sessão anterior (recordação estimulada).
Outra coisa que precisa ser dita aqui é que a maioria das propostas para