METODOLOGIA QUALITATIVA: ENTREVISTAS NARRATIVAS NA PESQUISA GEOGRÁFICA.
SCHÜTZE, FRITZ. Pesquisa biográfica e entrevista narrativa. p. 210-222. Metodologia da pesquisa qualitativa em Educação/ Wivian Weller, Nicole Pfaff, (organizadoras). Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
O interesse pelas estruturas processuais no curso de vida
Fritz Schütze constata que nas Ciências Sociais existe um predomínio de dois elementos no âmbito da pesquisa biográfica; o interesse pelos coortes1 e pelos agregados sociais. O interesse por ambas as categorias denota apenas determinadas características sociais excluindo o destino pessoal do portador individual da biografia.
Deste modo, o autor parte do princípio de que nem tudo que envolve o destino pessoal do portador da entrevista deve ser irrelevante para a teoria sociológica. Eventos negativos descartados muitas vezes, podem demonstrar que agem eficazmente no destino pessoal, influenciando assim na própria forma como o indivíduo o processa teoricamente.
Portanto, Schütze defende que estruturas sociais no curso de vida de portadores individuais de entrevistas, ou muitas vezes apenas vestígios destas estruturas, possuem relevância social.
O autor ainda verifica um “reducionismo sociológico” quando afirma que estruturas processuais dos cursos de vida descritas de modo estrutural, existem no campo das Ciências Sociais apenas orientado para as macroestruturas. A partir deste reducionismo, os conceitos de “ciclo de vida” e “ciclo familiar” desempenham uma função limitada nos estudos de envelhecimento de coortes, ou seja, servem apenas como pontos de medida para observar transições na condução de vida, sem saber do ponto de vista sociológico como ao certo se chegou a tais conclusões.
Schütze desvia sua proposta a partir da perspectiva dos “não-macroteóricos”, mas segue o caminho dos sociólogos que são orientados pelo paradigma interpretativo ressaltando que o principal interesse nesta abordagem é a interpretação biográfica dos