Metodologia da pesquisa em geografia
DEPARTAMENTO DE GEOGRAIFA
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA EM GEOGRAFIA
PROF.: RUY MOREIRA
ALUNO: THIAGO MACEDO
PERÍODO: 2-2011
Comentário sobre o poema: “Rios sem discurso”, de João Cabral de Melo Neto
Pernambucano, João Cabral de Melo Neto se notabilizou por expor em suas obras a realidade e as dificuldades da vida no sertão nordestino.
Em “rios sem discurso”, o autor nos traz a reflexão sobre uma situação bastante comum no semiárido e sertão nordestino: o represamento dos rios e alteração de seus cursos para favorecimento dos grandes proprietários. Quebra-se o seu fluxo natural, que o autor alcunha de “sentença-rio do discurso único”. Seccionado – ou, nas palavras do autor, cortado – altera-se de maneira decisiva sua condição original, que dificilmente é restabelecida – águas mudas que dificilmente reatam, nas palavras do autor. Assim, faz-se o “rapto” das águas dos rios antes que estas possam chegar à maioria da população que dela necessita.
Na realidade, consiste em uma meditação, em forma poética, sobre a intervenção do homem na natureza, sua (i)racionalidade e conseqüências. O notável Josué de Castro já nos alertava que, na realidade, a condição de penúria e fome da região nordestina não tinha origens naturais e sim sociais. Uma relação muito clara pode ser estabelecida entre este pensamento e a obra de João Cabral. Quando este afirma que “a sintaxe do rio foi cortada e precisa ser reatada frase a frase para que se a sentença-rio do discurso único tenha voz para combater a seca”, corrobora com a célebre fase de Josué: “o problema do Nordeste não é a seca, e sim a