Metafora paterna

1471 palavras 6 páginas
Ao se trabalhar as primeiras vivências do sujeito na sua inserção ao simbólico, deve-se recordar os primórdios desse processo. O bebê em seu início de vida, não distingue sua identidade com a da mãe, trata-se de um processo simbiótico onde a mãe é responsável pelos cuidados e sobrevivência dessa criança, como diz Rappaport ” A criança, assim, acopla-se à pessoa que desempenha a função maternal, constituindo com ela uma unidade que, do ponto de vista infantil, é auto-suficiente….” pág. 37
Segundo Freud, aos três anos de idade aproximadamente, a criança entra no Complexo de Édipo e permanece neste até aproximadamente os cinco anos de idade, onde há o desfecho do Édipo. Em primeiro lugar, o período Edípico, seria um período onde a criança tem de haver com questões sobre sua sexualidade, sobre seu desligamento simbiótico da mãe , sua entrada no simbólico, a introjeção da lei e sua atividade frente ao mundo que agora surge no horizonte infantil. Tal complexo tem grande importância na orientação do desejo humano e na formação da personalidade do sujeito.
O processo narcísico em que a criança se encontra, onde há a perspectiva de que o mundo gira em torno dela, coincide com essa forte ligação com a figura materna (qualquer pessoa pode fazer a função materna ou paterna, não necessariamente havendo necessidade de ser mãe ou pai biológicos da criança),que a criança possui. Ao chegar à fase fálica a criança transfere o interesse do seu Eu para o falo (significante do poder). A mãe passa a ser vista como um objeto de satisfação global, a libido da criança é dirigida em relação à mãe, no entanto, como cita Rappaport, “no momento maior do desenvolvimento das relações libidinais, que unem a criança e a mãe traz consigo o germe da desilusão….” pág. 38
Nesse desejo pela mãe, a criança é então interpelada por uma proibição em relação à essa mãe. Essa, busca em um outro, a satisfação de um amor genital, tornando para a criança uma barreira para seu acesso à posição de único desejo da

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