pai real
O pai real, o pai imaginário e o pai simbólico: a função do pai na dialética edipiana.
(Joel Dor).
O imaginário acredita na existência do real, o simbólico constata a existência do imaginário, o real se resume à existência de ambos. O imaginário se toma pelo real, o simbólico constata o imaginário, o real abrange e divide-se em ambos. (Capítulo IV do livro O pai e sua função em Psicanálise, de Joel Dor, Jorge Zahar Editor,
1993) (Original em francês publicado pela Point Hors Ligne, Paris: 1989).
A “função paterna” tem importância capital no complexo de Édipo tal como descrito por
Lacan. O seu papel vai além de promover o conflito (neurótico) e o de representar o modelo para a identificação superegóica. (O enfoque freudiano enfatizava esses dois aspectos da função paterna).
O supereu, na visão de Lacan, exatamente por constituir o aspecto da identidade caracterizado pela aceitação do limite, da norma, do estabelecimento de ideais, tem como função principal constituir a barreira contra a psicose.
(Nesse ponto há lugar para controvérsia, pois para Freud o superego “severo” é um dos fatores preponderantes não somente da neurose mas também da depressão. Por outro lado, cabe acrescentar que da valorização excessiva do eu, conseqüente à sua aproximação em relação ao ideal de ego, resulta um quadro maníaco. Consequentemente, se a identificação que resulta na instância superegóica acentuar o ideal de eu, em decorrência predominarão as manifestações maníacas e depressivas. E ainda: em Lacan o ideal de eu também está ligado à perversão, através do imperativo: “Goze!” [transgrida]).
(Portanto, o supereu [superego] está vinculado tanto a conflitos neuróticos como perversos, e se faz presente na mania-depressão [bi-polaridade] por exacerbação do ideal de eu).
Por outro lado, o ideal do eu (ego) também tem como função contrapor-se ao eu (ego) ideal.
É