Função do Pai
O Pai para Freud
Desde os primeiros escritos de Freud o pai tem papel essencial na estruturação psíquica do sujeito, porém é importante destacar que para a psicanálise o pai tem função simbólica, e que não há necessidade de ser um pai real, mas sim uma entidade simbólica. Tendo uma função simbólica o pai é aquele que representa a lei, a autoridade diante da relação entre mãe e filho, age como mediador dessa relação de desejo entre eles, proíbe o incesto e exerce um papel de terceiro, que interdita essa relação. É ele o representante do pai simbólico que precisa também ser simbolizado como objeto de falta e desejado pela mãe, levando a mesma a direcionar seu desejo para outras coisas que não seja o filho (EMIDIO, 2010). Para Dor (1991) o pai enquanto função simbólica é estruturante, de modo que o exercício de sua função tem ressonâncias na estruturação psíquica da criança e no seu processo de desenvolvimento. Para se compreender melhor o pai e seu papel em Psicanálise, retornemos ao pai de Totem e Tabu onde Freud ([1913 - 1914] 1996) coloca o mito do pai no centro de sua teoria. O pai de Totem e Tabu é o pai poderoso, déspota, tirano, não castrado e que possui todas as mulheres, que por conta disso é alvo da hostilidade e ambivalência dos filhos que invejam os predicados do pai e o fato dele possuir todas as mulheres, por isso acabam o assassinando e devorando seu corpo a fim de apropriar-se se seus atributos e assumir seu lugar. Após o assassinato os filhos descobrem que além do ódio também existe amor, e este sentimento de amor é transformado em culpa e a palavra do pai se transforma em lei simbólica (IGLESIAS, 2013). É a partir da morte do pai que se instaura o retorno da ordem, o estabelecimento de um laço social, a renúncia dos filhos pelo gozo da mãe e consequentemente a proibição do incesto como forma reguladora das relações e a figura do pai como simbólica. Perante isso, percebe-se que foi necessária a morte do pai para