METAFICÇÃO
Para compreender esta questão, acredita-se que seja imperativo deter-se-á em conceitos que se encontram ligados a esta matéria de intertexto, metatexto, paratexto, metaficção … Este, definido como uma «narrativa ficcional que tematiza o próprio processo de escrita literária [A literatura contemporânea, num processo de auto/reflexão, enveredou pela metaficção, especialmente, a partir da segunda metade do séc. XX]». Vários aspectos podem sobressair desta definição: o seu objecto de estudo – processo de escrita literária – para além do seu surgimento bem como algumas particularidades.
Muitos estudiosos têm-se posicionado a respeito da metaficção aproximando as suas inferências mas sobretudo complementando-se ao trazer um ou outro aspecto da referida questão como forma de clarificar a problemática do texto metaficcional bem como a relação que possa ser estabelecida com outros termos como metalinguagem, metanarração enquanto estratégias literárias. A literatura existente dá conta de um conjunto de escritores americanos do pós-II Guerra Mundial (John Hawkes, William Gadis, Vladimir Nabokov, John Barth, Thomas Pynchon, Donald Barthelme, entre outros) que, apesar de possuírem estilos distintos , foram conhecidos com base numa convergência «quer numa dimensão experimental quer na busca de uma narrativa fundada numa metalinguagem, uma ficção fundada na elaboração de ficções». Uma definição que corrobora da anterior acrescentando a vertente metalinguística. Conforme a fonte citada, o termo metaficção foi introduzido pelo William H. Gass na literatura na sequência de outras designações, como fabulation ou surfiction.
Já a investigadora SILVA, Natália Ubirajara, (2007), considera que a «metaficção pode ser explicada como a ficção que fala sobre a ficção, e se relaciona ao termo metalinguagem» enquanto uma função da própria linguagem feita em níveis diferentes: «o de ‘linguagem objecto’, que fala de objectos, e o nivel