Pedagogia
SILVINO JACQUES: O ÚLTIMO DOS BANDOLEIROS, ENTRE A HISTÓRIA E A FICÇÃO Maria De Lourdes Gonçalves de IBANHES (UFMS) O Estado de Mato Grosso do Sul tem em sua história vários episódios que envolvem a presença de heróis destemidos e de bandidos. No limiar entre um e outro se encontra a figura do mais famoso deles – Silvino Jacques, o qual tem sua história contada pelo escritor Brígido Ibanhes. É, portanto, objetivo deste trabalho analisar o processo de construção da obra Silvino Jacques: o último dos bandoleiros do referido autor. Para tanto, utilizamos obras como O trabalho da citação de Compagnon, Ladrões de palavras de Schneider, Poéticas do Pósmodernismo de Hutcheon entre outros. A bibliografia consultada levou-nos a concluir que a obra analisada é uma metaficção historiográfica. INTRODUÇÃO
Agora chegou a vez do Oeste. A literatura enche o vazio da história.
A obra Silvino Jacques: o último dos bandoleiros narra a vida e a morte do bandoleiro Silvino Jacques, gaúcho de Camaquã, que veio, fugido de seu Estado, fazer história no Oeste de Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul. Para narrar sua saga, o autor Brígido Ibanhes utiliza-se, amplamente, de graus diversos da intertextualidade. Torna o seu texto um mosaico de apropriações o que terminou por lhe valer um processo por plágio, fato esse que não será tratado aqui, pois neste trabalho tentar-se-á demonstrar a estratégia narrativa do autor que usa a História, os relatos orais e os empréstimos, como o pastiche, para compor sua obra. A relação entre história e literatura será brevemente abordada, no intuito de demonstrar como são tênues as fronteiras que separam esses discursos. Além de constatar-se a mistura dessas fronteiras na obra aqui estudada, como um exemplo de metaficção historiográfica, onde o autor reinterpreta a história no liame entre o real e o ficcional. Depois será feita uma análise, a partir do Trabalho da