Metabólitos Secundários e os Mecanismos de Alelopatia
Revisão de Literatura
Há muito, sabe-se que algumas espécies de plantas podem prejudicar o desenvolvimento de outras que crescem em sua proximidade, e a explicação era de que se tratava de mais um dos fenômenos inexplicáveis que ocorrem na natureza (SILVA et al, 2002). Porém, na década de 30, o termo alelopatia foi cunhado pela primeira vez por Hans Molisch, a partir das palavras gregas allelon (mútuo) e pathos (prejuízo) (FERREIRA E AQUILA, 2000 apud MULLER et al, 2007) e definido oficialmente, em 1996, pela Sociedade Internacional de Alelopatia como “A ciência que estuda qualquer processo envolvendo essencialmente, os metabólitos secundários produzidos pelas plantas, algas, bactérias, e fungos que influenciam o crescimento e desenvolvimento de sistemas agrícolas e biológicos, incluindo efeitos positivos e negativos” (MACIAS, et al 2000).
DURIGAN e ALMEIDA (1993) relatam que para uma melhor compreensão da alelopatia, é indispensável o conhecimento da natureza química dos compostos intervenientes. Pesquisadores dedicados ao estudo das substâncias alelopáticas ou dos produtos secundários, como também são chamadas, têm se esforçado em isolar e identificar as suas estruturas químicas. Sabendo-se, no entanto, que um mesmo organismo produz diversos aleloquímicos e que entre eles se desencadeiam diversas interações, os sintomas que se observam são determinados pelo conjunto de seus efeitos, tornando-se difícil, mesmo depois de identificados, estabelecer qual deles provoca os sintomas observados. Não se conhece com exatidão como esses produtos são formados na célula. Alguns autores acreditam que se trata de simples resíduo do metabolismo celular que seria armazenado nos vacúolos, onde se encontram em maior quantidade, ou, simplesmente, substâncias de reserva, das quais a célula se serviria quando delas tivesse necessidade WHITTAKER, 1970; LUCKNER, (1972) citado por DURIGAN e ALMEIDA (1993). Entretanto, essa