Meta-teoria da história
Existem muitas análises dos fundamentos da ciência da história que pretendem assumir o papel de uma teoria da história e que, por sua vez, criam uma elaboração sistemática com definições genéricas do que é história, do que se trata e quais são suas perspectivas. Quem busca tais fundamentos pisa em solo instável da “convicção relativamente difusa, pré-teórica e assistemática”, como diz Jorn Rusen. Parafraseando o que disse Cliford Geertz em sua “interpretação das culturas”: a teoria não serve para criar um modelo a ser seguido, pois a idéia de nortear uma pesquisa em termos de uma lógica interna é muito limitada. “estamos reduzidos a insinuar teorias porque nos falta o poder de expressá-las”. Disse ainda que a teoria tem funcionado na prática como um repertório de conceitos muito gerais e que se entrelaçam ao objeto de estudo em questão, para tornar cientificamente eloquentes simples ocorrências. Propõe que “a tarefa essencial da construção teórica não é codificar regularidades, mas tornar possíveis descrições minuciosas”, ou seja, a teoria não deve ser usada para se criar regras de “como fazer”, e sim, para gerar uma descrição exigente e repensar casos específicos; “não generalizar através dos casos, mas generalizar dentro deles”. Cliford Geertz fala de dentro do campo da etnografia, que muito enriqueceu a ciência da história, principalmente na segunda metade dos anos 60 e nos 70. Carl Schorske definiu a história científica como dependente conceitual; dependente da discussão com outros ramos de conhecimento para elaborar seus métodos e objetos. Ao longo da história da história, ela dialogou com a teologia, psicanálise, filosofia e com as ciências sociais. Mas mesmo assim, nas décadas supracitadas, historiadores ainda buscavam definições para nosso campo tão pouco teórico. Jorn Rusen em seu texto publicado em 1983 – “A Razão Histórica” – sugere uma definição meta-teórica, pois transcende qualquer elaboração de um tratado