Mercado de carbono
Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas
MERCADO DE CARBONO
Bettina Episcopo
Bruno Takahashi
Flavio Nogueira
Márcia Cristina
São Paulo
2006
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por fim mostrar como o mercado de carbono representa um dos mais disputados contextos no qual o pagamento por serviços ambientais está sendo debatido. No que diz respeito ao acordo global de mudança climática, cuja Convenção celebrou dez anos desde a assinatura, em março de 2004, as negociações para a implementação das medidas contidas tem sido seriamente atrapalhadas pela posição assumida pelos EUA e Austrália, atores críticos na definição de rumos à redução de emissões dos gases de efeito estufa-GEE. A adesão da Rússia ao Protocolo de Quioto em novembro superou a frustração das metas relativas à adesão dos signatários da Convenção ao Protocolo que tinha levado à crescente procura de estratégias regionais e mesmo unilaterais para combate e adaptação à mudança climática. A COP10, realizada em Buenos Aires, refletiu a importância de retomar os compromissos assumidos, e pressionar os estados que tinham ficado fora do Protocolo para se aderir num Segundo Período de Compromisso.
Mesmo sem expectativas pela ratificação imediata do acordo, notou-se ao longo do último ano um aprofundamento e maior especificidade na definição de critérios para identificação e aprovação de projetos elegíveis para certificação de redução de emissões. Há crescente reconhecimento que os projetos que vão interessar investidores no mercado emergente de carbono - pelo menos neste Primeiro Período de Compromisso (2008 a 2012) - são aqueles que de alguma forma reduzem emissões diretamente, seja pela substituição energética (fontes renováveis, co-geração, etc.) seja por redução de emissões de gases menos nocivos para o efeito estufa (p.e., captura e utilização ou simples queima de metano de lixões,