Mensagens sublimares em desenhos da disney
Durante a segunda guerra mundial os personagens de Walt Disney foram utilizados massivamente em promoções contra o nazismo, em episódios bem humorados, mas que, quando vistos por crianças poderiam gerar reações contrárias às reais intenções e até mesmo incentivar a prática de crimes e a segregação racial.
Desenhos animados como Popeye, Pato Donald, Branca de Neve e os Sete Anões e curtas metragens da Disney, Looney Tunes e Hanna Barbera já serviram para fins que negam a ingenuidade natural desses personagens, como promoções de guerra, venda de cigarros, preconceito racial, apologia às drogas e ao sexo.
A participação de Disney no esforço de guerra incluía a produção de filmes de treinamento militar, de propaganda e educação para o público americano - e de libelos antinazistas. Mas não só isso. Seus desenhistas criaram mais de mil insígnias usadas por divisões das Forças Armadas. As ações dos estúdios Disney "foram uma das principais bombas que os exércitos aliados lançaram contra seus inimigos", afirma Clotilde Perez, professora da Escola de Comunicação e Artes da USP. Disney, claro, não estava sozinho. Muitos outros diretores e atores de Hollywood se engajaram na luta contra os países do Eixo depois de Pearl Harbor. Mas era difícil concorrer em popularidade - e em volume de produção - com o pai de Mickey Mouse.
O envolvimento entre Disney e o governo começou antes da entrada dos EUA na guerra. Em busca de novos mercados - mas principalmente de aliados estáveis no continente -, o presidente Franklin Roosevelt criou a chamada "política da boa vizinhança". O responsável pelo programa era o milionário Nelson Rockefeller, que alertara o presidente sobre a influência nazista na América Latina. Em agosto de 1941, Disney estava ao lado do enfant terrible Orson Welles em terras brasileiras. Welles havia acabado de lançar Cidadão Kane. Por aqui, filmou jangadeiros, investiu num roteiro sobre