Memórias póstuma de Brás Cubas
Brás Cubas
Defunto-autor e narrador, Brás Cubas é o protagonista. De seu túmulo, fala encastelada numa superioridade irreverente, egoísta, presunçosa e irônica. Tem uma percepção pessimista da existência humana, por isso, anula os valores da vida terrena, ao mesmo tempo em que - peculiar na obra madura de Machado - desvenda o "mau-caratismo" da alma. Brás Cubas é a antítese dos ideais românticos de "bom-mocismo". Sua vida é um desfilar de inconsequências e insucessos em todos os aspectos. Ele traduz o anti-herói. Seu caráter não apenas contradiz o ideal romântico, mas também é arcabouço para a contestação machadiana ao Positivismo e ao Determinismo. Desde cedo ostentava o apelido de "menino diabo" e já dava mostras da índole perversa quebrando a cabeça das escravas quando não era atendido em algum querer, ou montando o moleque Prudêncio, que fazia de cavalo. Brás Cubas herdou a fatuidade do pai, da mãe, "senhora fraca, de pouco cérebro e muito coração", guarda uma "sombra de melancolia" e do restante da família o amor pelas aparências, a vulgaridade a frouxidão da vontade e os caprichos. Para ele o pai vaticinava um futuro brilhante, que fosse "uma vez que fosse um cargo, uma preeminência, uma grande reputação, uma posição superior.". O grande futuro não veio, mas sim um talento imensurável para viver a vida tirando dela o melhor proveito para si. Em Portugal, Brás ganha fama de folião, superficial e petulante. De lá, retorna trazendo o diploma de bacharel e o desejo de acotovelar quem lhe atrapalhasse o caminho. O grande objetivo de Brás Cubas é a fama, a celebridade. Fundou um jornal, que buscava aplicar à política os princípios do Humanitismo. Brás Cubas não alcançou a fama, não teve êxito no jornal nem na política, cuja vida parlamentar reduziu-se à proposta ridícula da diminuição da barretina da Guarda Nacional, o que custou-lhe o