Pesadelo de Darwin
1ª PARTE. Algumas notas sobre
TEXTO Nº. 1
Sobre a importância do “Pesadelo de Darwin”
Margaret Nakato, co-Presidente do Fórum Mundial dos Pescadores e dos Trabalhadores da Pesca projectou o filme O Pesadelo de Darwin para os dos pescadores da pequena aldeia de Katosi, à beira do lago Vitória.
As reacções dos pescadores foram comoventes, sem cólera. Longe de designarem os culpados ou de se posicionarem contra as regras inequitativas do comércio internacional, estas foram mais do domínio da auto-crítica e sublinhavam as urgências. As crianças, privadas de educação; a poluição inquietante do lago; a epidemia de sida (16% de doentes nas comunidades de pescadores, contra 6% no resto do país); a prostituição; a necessidade de encontrarem alternativas à pesca, de “não venderem o logo Vitória”, de obterem ajudas do governo, de organizarem-se melhor graças às associações locais e internacionais, como o Fórum Mundial dos Pescadores. “Foi comovente mostrar este filme” testemunha Nakato. “Certas pessoas choravam, mas isto pode ter um impacto muito formativo, exactamente.”
É também na Europa que Margaret Nakato espera ser a porta-voz destes pescadores do lago Vitória, apoiando-se sobre a tomada de consciência que se criou com a passagem do filme. Nakato veio a França e encontrou-se com responsáveis do sector da pesca, em especial, na Bretanha. Sem apelar ao boicote da perca do Nilo, espera fazer reagir os mais altos níveis de decisão europeus.
A partida está longe de ser ganha. De facto, em Junho de 2005, Marie-Helène Aubert (grupo dos Verdes) interrogou as autoridades europeias sobre a gestão dos fundos europeus para o desenvolvimento em África, tendo em conta as consequências desastrosas da exploração intensiva da perca do Nilo, mostradas em O Pesadelo de Darwin. A União Europeia, na sua resposta que foi dada em Setembro, precisa que o filme não tem críticas sobre responsabilidades da União Europeia na introdução da perca do Nilo nem no estabelecimento das