MEMÓRIA RESENHA 2015
JACQUES LE GOFF
3. A memória medieval no Ocidente:
Nesse tópico o autor nos traz um grande comentário sobre a "cristianização da memória", através da repartição da memória em uma memória litúrgica e uma memória laica. Sendo assim com a difusão do cristianismo e com o monopólio intelectual da
Igreja, na Idade Média, o autor descreve que a memória coletiva começa a se modificar, ele baseia essa sua afirmação tendo em vista que as religiões judaicas e cristãs têm como base de sua fé (suas crenças) a memorização e a recordação, de grandes fatos ocorridos. Temos alguns acontecimentos que nos demonstra essa grande transformação, que são eles: o desenvolvimento da memória dos mortos; o papel da memória no ensino articulando o oral e o escrito; a divisão da memória coletiva entre memória litúrgica e memória laica; desenvolvimento da memória dos mortos, entre outros (LE GOFF,
2003).
O ensino cristão é pode ser definido por memória, pois, a memória se manifesta com o exemplo da comemoração de Jesus Cristo, revelada no calendário litúrgico, e em sua cristalização nos santos e mortos: “Os mártires eram testemunhos. Depois da sua morte, cristalizava-se em torno de sua recordação a memória dos cristãos.” (LE GOFF,
2003, p. 441).
Com isso o autor idealiza que na Idade Média, os anciões eram como deuses e eram sempre venerados, pois, os mesmos eram considerados “homens de memória”.
Eles eram tratados assim porque conseguiam manter uma história viva e suas culturas reavivadas e bem alimentadas, suas recordações de momentos vividos durariam mais de duzentos anos, pois, uma geração passava sua memória para outra. E com o surgimento da escrita, as histórias que antes eram passadas oralmente e as vezes por esse motivo perdiam algumas de suas características, agora já podia ser um documento e ser estendida, pois a escrita dava-lhes esse suporte e ainda os ajudava estendendo ainda mais, por muito mais tempo essa memória. Então podemos concordar que os “escritos” seriam, então,