Memorial do Convento
MEMORIAL DO
CONVENTO – 11
BALTASAR & BLIMUNDA – homem maneta que busca a ascensão através do voo de modo a que o seu ser possa ficar completo e reintegrado com o tempo. A ele se associa o mito de Ícaro pois também morreu por acção do fogo.
Baltasar e Blimunda são a dualidade cíclica que simbolizam a criação do universo (união entre o dia e a noite), a perfeição, a união entre o masculino (Sol) e o feminino (Lua).
PADRE BARTOLOMEU DE GUSMÃO – representa o homem dividido entre a religião e a ciência, também se encontrando associado ao mito prometeico ao simbolizar a revolta do espírito que procura igualar-se ao espírito divino.
DOMENICO SCARLATTI – simbolicamente ligado à transcendência que advém da música e à ascensão do homem através dela.
NÚMERO SETE – simboliza a totalidade e perfeição do universo em movimento e é o somatório dos quatro pontos cardeais com a trindade divina.
NÚMERO NOVE – representa a gestação, a renovação e o renascimento. Também simboliza a própria ideia da procura (tal como Blimunda procurou nove anos por Baltasar).
PASSAROLA – elo de ligação entre o elemento terrestre e o Céu, sendo assim, a passarola encerra em si dois símbolos opostos, a barca e a ave. Símbolo da libertação e da ascensão da alma humana que tenta alcançar o Céu.
DUAS MIL VONTADES – metaforicamente, representam as vontades humanas que, ao longo dos séculos, contribuíram para o progresso humano.
LUA – relacionada com o SOL, a sua simbologia deriva de, por um lado, a Lua reflectir a luz daquele astro e, por outro, mudar de forma ao longo das várias fases que atravessa. É por isso frequentemente associada ao princípio feminino e passivo, bem como à periodicidade e à renovação; é o astro dos ritmos da vida, o que controla tudo o que é regido pela lei do devir cíclico: águas, chuva, vegetação, fertilidade. A Lua é também símbolo do sonho, do inconsciente, dos valores nocturnos.
SOL – a realidade solar é manifestação da divindade. A alternância