Medidas socioeducativas completo
1.1 O trato dado à infância e a adolescência carente no Brasil:
No Brasil colônia, a ideia de proteção e sentimento em relação à criança não existia, ou seja, as crianças eram consideradas animais que deveriam aproveitar da sua força de trabalho enquanto durassem suas curtas vidas, ou seja, a expectativa de vida era de 14 anos de idade, onde metade dos nascidos vivos morriam antes de completar os sete anos de idade (PRIORE, 2000).
Meninas e meninos viviam em extrema pobreza, então, uma das alternativas encontradas nessa época para livrar as crianças da pobreza e consequentemente ganhar dinheiro, era entregá-los para a marinha.
Posteriormente, em 1726, surgiu a então denominada roda dos expostos, que foi uma das instituições brasileiras de mais longa vida, sobrevivendo aos três grandes regimes de nossa história. Criada na Colônia perpassou e multiplicou-se no período imperial, conseguiu manter-se durante a República e só foi extinta definitivamente na recente década de 1950 (MARCÍLIO, 2000).
Sendo assim, a roda de expostos foi praticamente a única instituição de assistência à criança abandonada em todo o Brasil. O sistema de rodas de expostos foi inventado na Europa medieval, onde seria ele um meio encontrado para garantir o anonimato do expositor e assim estimulá-lo a levar o bebê que não desejava para a roda, em lugar de abandoná-lo pelos caminhos, bosques, lixo, portas de igreja ou de casas de família, como era o costume, na falta de outra opção. Assim procedendo, a maioria das criancinhas morria de fome, de frio ou mesmo comidas por animais, antes de serem encontradas por almas caridosas (MARCÍLIO, 2000).
Entretanto, em meados do século XIX, seguindo os rumos da Europa liberal, que fundava cada vez mais sua fé do progresso contínuo, na ordem e na ciência, começou forte a campanha para a abolição da roda dos expostos. Esta passou a ser considerada imoral e contra os interesses do Estado.
Aqui no Brasil, igualmente iniciou-se movimento