Durval Muniz Resenha
A historiografia considerada pós-moderna parece não existir segundo a concepção de muitos historiadores, já que os métodos adotados nos seus escritos trazem os usos e desusos das diversas teorias. As metanarrativas assim como as diversas práticas metodológicas podem ser contestadas pelo discurso pós-moderno, mas parte do seu exercício permanece presente na prática do historiador. Estabelecerei assim, um diálogo com os historiadores Michel de Certeau, ao esmiuçar a sua obra: a invenção do cotidiano, e com Durval Muniz, ao tratar da sua obra: a invenção da história.
A prática historiográfica fala de algum lugar e tem as suas características específicas e responde de alguma maneira ao que o homem tem pensado e deixado como experiência ao longo dos anos. Segundo Reis (2006), o modo pelo qual os historiadores operam é histórico, muda, e não podemos definir de forma incontestável a sua prática concreta. Para ele, a história surgiu no século V-VI, opondo-se ao mito, à lenda, à poesia épica, à especulação filosófica, que também emergia. Depois a história confunde-se com a mitologia política, já que o historiador “investiga e pesquisava” para legitimar o poder, oferecendo-lhe uma origem, uma tradição, que lhe garantisse a continuidade. A história confunde-se também com a fé cristã, tornando-se o levantamento dos casos em que a vontade de Deus se expressou, uma história das manifestações divinas, milagres e teofonias. Já em idos do século XVIII para o XIX para Jurandir Malerba (2006) a história talvez tenha assistido ao momento de maior avanço no campo da Teoria da História, que foi a tentativa de entender e explicar o funcionamento das sociedades e sua evolução no tempo através de leis universais. O declínio da idéia de “ciência” na his
A historiografia pós-moderna é resultado dos questionamentos e das rupturas e incertezas da disciplina enquanto ciência e análise de método