Medicina Medieval
01/12/2007 00h00
Ir ao médico na Idade Média para a maioria dos europeus era um risco de vida. E um risco para qualquer estômago são. O remédio receitado para cólica renal, por exemplo, era um emplastro quente untado com mel e cocô de pombo. As cirurgias, por sua vez, eram raras. As poucas realizadas eram conduzidas sem anestesia e sem qualquer assepsia. Na ausência generalizada de médicos, o trabalho sobrava para os barbeiros, hábeis na navalha. Até hoje, na Inglaterra, estão de pé velhas barbearias nas quais funcionavam improvisados centros cirúrgicos. Elas são reconhecidas por um mastro com listras brancas e vermelhas. O vermelho simboliza o sangue e o branco as bandagens usadas nos operados. As únicas precauções tomadas pelo cirurgião não se referiam à higiene, e obedeciam mais às crendices moralistas da época. No dia anterior à operação, o cirurgião devia evitar o coito, contato com mulheres menstruadas e alimentos cujo cheiro pudesse “corromper” o ar, como cebola. Apesar disso, houve um certo avanço na área. A primeira escola de medicina na Europa, que formou até médicas mulheres, começou a funcionar no século 10, em Salerno, na Itália. E na Espanha – dominada pelos muçulmanos – os médicos faziam importantes progressos na oftalmologia, cirurgia e farmácia
Medicina na Idade Média: Doutor Sinistro
Amputações sem anestesia, sangrias e estranhos remédios que misturavam fezes de pombo e saliva. Conheça a fantástica, assustadora e sobrenatural medicina da Idade Média
Moacyr Scliar | 01/11/2003 00h00
O progresso científico é necessariamente um processo descontínuo, em que avanços se alternam com períodos de estagnação. Disso, a história da medicina é um exemplo. Durante muito tempo predominou, na Antiguidade, a visão mágico-religiosa, segundo a qual doença era resultado de castigo dos deuses, de maldições ou de feitiçaria. Assim, a epilepsia era chamada “doença sagrada”: seria a manifestação da posse do corpo por