A Relação Macrocosmo e Microcosmo e suas respectivas influências na evolução da Medicina Medieval
Diogo Matheus De Souza1
Resumo: Este artigo busca discutir qual foi a importância da relação existente entre o macrocosmo e o microcosmo em relação à medicina medieval, levando-se em consideração todo o desenvolvimento das práticas medicinas que foi se delineando desde o início da Idade Média, no século IV d.C., até as proximidades do fim deste período, no século XIII, no contexto do surgimento das universidades. Coloca-se também em discussão a problemática referente à forma pela qual os conhecimentos da Antiguidade chegaram até os árabes, bem como a relevância da medicina cristã, principalmente através do exemplo de Hildegard Von Bingen.
Palavras-chave: Medicina. Idade Média. Cosmos.
A relação existente entre o ser humano e a natureza na Idade Média é um dos aspectos mais notáveis deste período. Chamado de microcosmo, o ser humano seria, na verdade, uma pequena cópia do universo, chamado de macrocosmo. Muito além de serem apenas habitantes do mundo, os homens seriam uma parte dele, como a sua continuação. A natureza estaria no homem e o homem na natureza, tendo ambos a mesma essência, ou seja, formados das mesmas coisas. A interação do macro e do microcosmo era entendida no pensamento medieval através de analogias, onde as partes do corpo humano eram todas associadas a uma parte do mundo, como por exemplo, a cabeça ao céu, as pernas à terra e os ossos às pedras. De alguma maneira tudo estava interligado. 2 Esta forma de entender o ser humano e o universo teve uma grande influência em diversas áreas da ciência. A medicina foi uma destas áreas e será notadamente o foco específico deste artigo, onde buscarei demonstrar como o equilíbrio e a harmonia do ser humano com a natureza eram fundamentais para a manutenção da saúde no pensamento medieval. Para se compreender como a medicina vai se desenvolvendo ao longo da Idade