Medicina Medieval: o que a urina revela sobre a saúde
Egidius de Corbolio foi um dos mais conhecidos boticários e médicos da França no século XIII, pois, além de médico oficial da corte, era também poeta, professor e dramaturgo. Curiosamente, parte significante de sua obra científica foi escrita em versos, como o conjunto de 352 versos “De Urinis”, sobre os indícios diagnosticáveis por meio da leitura da urina dos pacientes. Sua técnica de urinoscopia tornou-se não só a mais popular, quanto a de maior credibilidade entre os médicos medievais.
Como pesquisador sério, Egidius criticava, em seu tempo, o ingresso na medicina de jovens despreparados e inexperientes, formulou seus preceitos em linguagem didática e concisa, sem floreios. Prudente, indicava constantemente que a leitura da urina deve ser feita em conjunto com outros fatores diagnósticos que compreendam toda a rotina do paciente e os conhecimentos acerca da doença que o acomete. Prova que a popularização da imagem de alquimistas bizarros receitando urina e sangues-sugas aos doentes não representa a totalidade da prática científica medieval.
Há uma série de ilustrações medievais que mostram a prática na corte de médicos observando um frasco (muito provavelmente a urina) ao lado de um doente. Veja algumas das informações medicinais indicadas pelo poeta e imagens da prática de ler a doença do paciente pela urina: