Mecanicismo
O mecanicismo via a natureza como um mecanismo cujo funcionamento se regia por leis precisas e rigorosas. A maneira de uma máquina, o mundo era composto de peças ligadas entre si que funcionavam de forma regular e poderiam ser reduzidas as leis da mecânica.
O mecanicismo é uma escola filosófica que, além de marcar o início da era moderna, se confunde com ela. Ele surgiu como dupla reação ao universo orgânico concebido pelos gregos e ao cosmos teocêntrico sacramentado pelos medievais.
Simultaneamente liberto da trama dos deuses pagãos e da causa única atribuída a Deus, o homem pode se despir intelectualmente da metafísica histórica e se perguntar: quem sou eu? Finalmente sozinho no mundo e tendo como ponto de partida a si próprio, libertou-se da carga de séculos de explicações divinas.
A essência da modernidade, como a imposição do sujeito, autor e produtor de si mesmo foi sintetizado na figura d e René Descartes, considerado o primeiro filósofo moderno porque materializou aquilo apenas esboçado por Sócrates. Descartes notou que mesmo quando se sonha, acredita-se que se está vivendo algo real, não existindo alguma coisa que marque a diferença entre as sensações experimentadas no sonho e aquelas em estado de vigília.
O mecanicismo é o antecessor do fisicalismo, uma doutrina que hoje em dia está no centro de grande parte da investigação dos filósofos contemporâneos. Tanto o mecanicismo como o fisicalismo são diferentes formas de reducionismo.
Dado que o mecanicismo é uma forma de reducionismo, não é de admirar que o principal objetivo de Descartes tenha sido o de unificar as diferentes ciências como se de uma só se tratasse, de modo a constituir um saber universal. Não via mesmo qualquer motivo para que se estudassem cada uma das ciências em separado, visto que a razão em que se apóia o estudo de uma ciência é a mesma que está presente no estudo de qualquer outra.
Todas as ciências não são mais do que sabedoria humana, que permanece sempre a mesma,