Mead, margaret. sexo e temperamento
Cada cultura simples e homogênea pode dar largas somente a alguns dos diversos dotes humanos, tirando os seus valores dos valores caros a alguns temperamentos humanos, assim a cultura incorpora esses valores a sua estrutura, sistema político, religiosos, etc. Dessa forma a cultura pode inclinar cada individuo a um tipo de comportamento, que não reconhece idade; nem sexo, nem tendências especiais como motivos para elaboração diferencial. Essa questão pode ser observada nos plácidos montanheses Arapesh, nos ferozes canibais Mundugumor e nos elegantes caçadores de Tchambuli em que cada uma dessas tribos dispunha, como toda a sociedade humana, do ponto de diferença de sexo para empregar como tema na trama da vida social, que cada um desses três povos desenvolveu de forma diferente. Como exemplo tem a nossa própria sociedade, que usam dessa trama atribuindo papéis diferentes aos dois sexos. Toda cultura institucionaliza os papéis dos homens e das mulheres, que são socialmente diferenciados, e cada sexo, como sexo, é forçado a conformar-se ao papel que lhe é atribuído. Algumas sociedades diferenciam rigorosamente o comportamento do homem e da mulher em termos que admitem uma diferença genuína de temperamento. Dessa forma cada tribo tem certas atitudes definidas em relação ao temperamento, uma teoria de como são os seres humanos naturalmente, sejam homens, mulheres, uma norma pela qual julgar os indivíduos que desviam. Duas tribos não têm idéia de que os homens e mulheres são diferentes em temperamento, os Arapesh acreditam que a pintura em cores é adequada apenas aos homens, e os Mundugumor consideram a pesca tarefa essencialmente feminina.
A Implicação desses Resultados. Pp. 267-303. (capítulos teóricos) de Sexo e Temperamento. São Paulo: Perspectiva, 1990. [1935]
Na tribo dos Arapesh encontramos homens assim como mulheres, treinados a serem cooperativos, não-agressivos, suscetíveis ás