Max Stirner e a crítica de Marx
Pedro Ferro
Junho – 2013
Introdução
Este trabalho tem como objetivo analisar parte obra do filósofo alemão Max Stirner. Para tanto, tomo como base o trabalho da Doutora Sabina Maura Silva, integrante do grupo de pesquisa “Marxologia – Filosofia e estudos confluentes” da UFMG, nomeado “A Fenomenologia do Egoísmo: Stirner e a Crítica Marxiana”.
O entendimento da obra desse autor é de suma importância para o estudo da obra de Marx ao levar em conta que esse constrói uma crítica à obra de Stirner em A Ideologia Alemã.
Alienação e as fases do indivíduo Como cerne do pensamento stirneriano, tem-se o fenômeno da alienação, ligado diretamente à individualidade humana, que Stirner trabalha analisando as fases da infância, adolescência e idade adulta. Segundo o filósofo, o “Eu” tomado como individualidade é o fundamento de sua existência, porém, condicionantes exteriores ao homem, sejam materiais ou espirituais, limitam o indivíduo, determinam sua existência. A individualidade é princípio e fim as si mesma. Nesse sentido, a crítica de Stirner se dá a qualquer tipo de condicionante que impeça o afloramento da individualidade, ou seja, que a aliene. Segundo o filósofo, na infância, o homem teme o que lhe é exterior e luta com o mundo no qual é lançado, uma vez que “tudo com o qual a criança entra em contato se opõe às suas intervenções, afirmando sua própria existência” i. Como passar do tempo, já como jovem, o homem encontra forças interiores, tais como a astúcia e a coragem, que lhe fazem superar o que lhe é exterior. Essas forças são o Espírito. Nesse ponto, o mundo exterior deixa de exercer poder sobre nós e o homem passa a se defrontar não com o mundo objetivo, mas com os imperativos da consciência, ou seja, sacrifica sua vida para realizar seus ideais. Nessa sua busca, ele tenta alcançar o espírito perfeito e percebe que isso está além dele e novamente sente um vazio. O adulto por sua vez,