Max, crítica à sociedade Burguesa
Segundo Weffort a unidade da perspectiva que se deve reconhecer a Marx na teoria política, não impede que se reconheçam algumas mudanças significativas de conceito quanto ao Estado. Em um prefácio de 1872, assinado com Engels, a O Manifesto, ele reafirma os “princípios gerais” como “inteiramente acertados”, mas reconhece que “alguns pontos deveriam ser retocados”. Depois da experiência da Comuna, de 1871, “que elevou pela primeira vez o proletariado ao poder politico, durante dois meses”, ficou claro que “a classe operaria não pode simplesmente tomar posse da maquina estatal existente e coloca-la em marcha para seus próprios fins”, tem de destruí-la.
Em O Manifesto, a confiança de Marx na utilização do Estado como um instrumento para a revolução do proletariado ia de par com a convicção de que, no Estado moderno, a burguesia “conquistou, finalmente, a hegemonia exclusiva do poder político no Estado representativo moderno”. “o governo do Estado não é mais do que uma junta que administra os negócios comuns de toda a classe burguesa”. Nestas circunstâncias “o primeiro passo da revolução operária é a elevação do proletariado a classe dominante”, denominado por Marx como “a conquista da democracia”. Se nas mãos da burguesia o Estado funciona para preservar a propriedade privada e para assegurar os interesses da classe burguesa, nas mãos do proletariado ele serviria “para ir arrancando gradualmente à burguesia todo o capital, para centralizar todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado”.
A primeira revolução (1789-1792) da burguesia francesa fez mais do que criar a ordem política apta à dominação “dessa parte da sociedade” sobre todas as demais classes. Ela desenvolveu a centralização; ampliou o volume, as atribuições e o numero de servidores do poder do governo. Todas as revoluções que se seguiram “aperfeiçoaram esta máquina, ao invés de destroçá-la”. Para que a burguesia seja preservada, parece necessário que o