Marketing
Pierre Cardin sacode a poeira
A grife, que andava apagada no Brasil, tenta retomar o prestígio. conseguirá?
Por CHRISTIAN CARVALHO CRUZ
O que lhe vem à cabeça quando você ouve o nome Pierre Cardin? Glamour, inovação, estilo, vendas gigantescas, dinheiro, muito dinheiro? Esqueça. No Brasil, neste momento, Pierre Cardin está associada a algo menos majestoso: poeira. Isso mesmo. A revolucionária grife francesa encontra-se coberta por uma grossa camada de pó, como um suéter antigo esquecido no fundo do armário. E quem diz isso é o próprio representante da marca por aqui, Paulo Matias. “Tivemos uma década perdida e só agora estamos prontos para voltar ao palco”, comenta ele. “Tudo aconteceu por causa de um único problema que desdobrou em vários problemas.” Matias se refere à falência do restaurante Maxim’s, no Rio de Janeiro, em 1999. O que uma coisa tem a ver com a outra?
Explique-se: a rede Maxim’s é o grande xodó do estilista Pierre Cardin, que hoje tem 84 anos. Em 1981, ele comprou o autêntico Maxim’s de Paris só para não deixar um dos símbolos da fidalguia parisiense desaparecer. Então tentou espalhar diversas filiais pelo mundo. Algumas deram certo (como as de Nova York, Cidade do México, Montecarlo e Xangai). Outras, como a do Rio, afundaram. A ruína do Maxim’s carioca deixou dívidas enormes (Matias não revela os valores). O débito foi encerrado em 2003, mas as feridas comerciais só agora estão cicatrizando.
“Fiquei de 1999 a 2003 pagando dívidas do Maxim’s, sem poder investir um tostão no segmento de vestuário”, conta Matias. Foi quando a poeira apoderou-se da Pierre Cardin no Brasil. “Virou uma marca de tiozinho, de gente velha”, diz o consultor Edson D’Aguano. “Por outro lado, o fato de ela não ter sumido do País é um sinal de sua força.” Segundo Matias, agora é possível voltar a explorar essa força da Pierre Cardin. No plano de recuperação que ele desenhou, os fabricantes licenciados da