Acção social, cultura e civilização

INTRODUÇÃO A vida humana desenrola-se em grupos, tal como se pode constatar nas diversas sociedades ao longo da história. Este facto diz-nos que a existência humana é, em rigor, coexistência. De todas as espécies animais que povoam a terra, o homo sapiens sapiens, a espécie humana apresenta rasgos tão peculiares e surpreendentes no seu comportamento, que suscitou, desde as origens mesmas da racionalidade, a perplexidade e o desejo de o compreender científicamente. No presente trabalho, levaremos a cabo uma viagem no mundo do saber, de aspectos relacionados directamente com este ser tão complexo e intrigante, que é o homem. Numa primeira fase abordaremos diferentes aspectos relacionados com a acção social, em seguida a cultura e culminaremos com uma abordagem em relação a civilização.

A ACÇÃO SOCIAL A definição mais aceite de acção social é aquela que a defende como uma acção que é orientada pelas acções de outros. Isto é, acção social é todo comportamento cuja origem depende da reação ou da expectativa de reação de outras partes envolvidas. Essas “outras partes” podem ser indivíduos ou grupos, próximos ou distantes, conhecidos ou desconhecidos por quem realiza a acção.
A ideia central da acção social é a existência de um sentido na acção: ela se realiza de uma parte (agente) para outra. É uma atitude sobre a qual recai ao menos um desejo de intercâmbio, de relacionamento. Como toda relação social, é determinada não só pelos resultados para o agente, mas também pelos efeitos (reais ou esperados) que pode causar ao outro.
Uma divisão clara entre acções que podem ou não ser consideradas como sociais é impossível de ser feita. Na verdade, para entendermos se uma acção é social devemos prestar atenção no contexto em que ela ocorre. A mesma acção pode ora ser classificada como social, ora não. Tomemos o acto de escrever como exemplo. Escrever uma carta certamente é uma acção social, pois ao fazê-lo o agente tem esperança que a carta vai ser lida por