Marketing
A teoria dos Meeting Points foi desenvolvida por Egeria Di Nallo. Levanta uma série de questionamentos em direção ao marketing tradicional, propondo um deslocamento, uma mudança de foco nas perspectivas de estudo de mercado. As pessoas desenvolvem estilos de consumo baseados em estilos de vida, e esses estilos de vida são seguidos de forma coerente e constante, de forma quase disciplinada. O conceito de target, ou público-alvo, deriva dessa visão do marketing que pouco contempla o trânsito das pessoas entre estilos de consumo, dessa dinâmica que faz com que, numa vida multifacetada, os indivíduos assumam variados papéis – seja de forma desejada, no caso de estilos de consumo que correspondam a seus gostos e aspirações, ou como contingência de sua vivência em sociedade, como no caso dos papéis de trabalhador, pai/mãe, marido/mulher, etc. Destaca-se como o marketing clássico se baseava no consumidor como assunto central, que por sua vez se apoiava em dois pressupostos fundamentais: a inveja do status symbol (cada um queria dispor de ao menos um sinal que pudesse lhe dar a sensação de pertencer à classe superior) e a coerência do consumidor consigo mesmo e com seu grupo de referência (DI NALLO, 1999, p. 17-18).
O diagnóstico feito por Di Nallo aponta que, seguindo esses pressupostos, o marketing tradicional não tem tido bom desempenho. Principalmente quando tratamos de assuntos tão discutidos quanto pouco fundamentados: tendências, inovação, mudança. Nesse sentido, a autora se propõe a desenvolver uma nova abordagem, em que
A pesquisa de marketing não será mais uma fotografia do existente, como acontece quando nós nos limitamos a fotografar as necessidades atuais do consumidor, mas irá prever as exigências do consumidor antes que ele tenha consciência disso. (DI NALLO, 1999, p. 16)
Dessa forma, a teoria dos Meeting Points procura sinalizar uma nova teoria do marketing, em que as previsões, as percepções de tendências, inovações, estejam