Marketing
Com certeza, há várias causas, mas uma das principais tem a ver com miopia em marketing versus janelas de oportunidade.
Miopia em marketing define a “vista curta” de empresas que, embora possam estar muito bem em um dado momento, não tem a capacidade de olhar seu ambiente de negócios e vislumbrar tendências e mudanças que já dão pistas de que podem ocorrer.
Janelas de oportunidade são momentos (em geral, curtos) em que as empresas que as enxergarem e aproveitaram para explorá-las, antecipando-se à concorrência, podem conquistar fortes vantagens competitivas.
O ano de 2003 foi marcado pela entrada definitiva e irreversível das câmeras digitais no mercado doméstico; os consumidores comuns adoraram as incontáveis possibilidades que a tecnologia digital lhes oferecia: editar fotos, apagar o que não ficou bom e fotografar de novo, compartilhar imagens via web etc.
E a Kodak nessa história? No planejamento para 2003, o CEO da Kodak afirmou (sem uma pesquisa para confirmar esse pressuposto) que o consumidor de países emergentes (como o Brasil), por ter, em sua maioria, baixo poder de compra, tinha medo de se arriscar e não saberia usar os novos recursos tecnológicos; assim, previu e preparou-se para um crescimento lento desse mercado, estimando-o em 5% para 2003. A Kodak errou feio: o mercado cresceu 30% naquele ano, a corporação perdeu a oportunidade de assumir a liderança no mercado que se abria e, pior, sua cadeia produtiva, da produção de filmes até a enorme rede de varejistas que revelavam fotos, perdeu a razão de ser. Empresas como Sony (entre outras) lançaram, no mesmo ano, produtos para um consumidor ávido por melhores soluções e foi o começo do (rápido) fim da fotografia convencional.
O que aprendemos com esse caso real? Que é fundamental manter o olhar no