O significado da fronteira na história americana.
Frederick Turner apresenta sua “tese da fronteira” em contraponto aos historiadores que até então atribuía demasiada atenção às origens germânicas do povo americano. Ele defende que o caráter nacional americano foi construído no movimento de expansão das populações para o Oeste e essa experiência da fronteira foi fundamental para o desenvolvimento das instituições democráticas e da nacionalidade americana.
“A existência de uma área de terra livre, sua retração contínua e o avanço da colonização em direção ao Oeste explicam o desenvolvimento americano” (p.23). É na existência destas free lands, um espaço de oportunidades ilimitadas, onde foram experienciados os ideais de individualidade e de liberdade, o ponto chave onde o autor desenvolve sua tese da fronteira. Para compreender o processo de colonização norte-americano é preciso compreender seu caráter individualista. Esta característica foi construída no processo de adaptação às mudanças rumo ao Oeste, onde as fronteiras móveis, assim como o desejo permanente de expansão, foram fundamentais para a ruptura dos laços com Inglaterra. O autor apresenta a fronteira como um campo fértil para a investigação e discute alguns problemas que surgem de seu desdobramento.
Turner argumenta que “os Estados Unidos são como uma enorme página na história das sociedades” (pág. 32), estudando a fronteira é possível verificar o registro da evolução social: começa com o índio e o caçador; continua com a desintegração do estado selvagem com a chegada do mercador; depois a era pastoril na vida dos ranchos; a exploração do solo no plantio em comunidades esparsas; na cultura intensa mais densa e finalmente na organização manufatureira com a cidade e do sistema fabril (pág. 32). Cada uma dessas etapas vai influenciar a história política e econômica dos norte-americanos. Este processo de recapitulação social da fronteira possuía um sentido profundo e vai ser decisivo na formação do